Activista francês José Bové em greve de fome contra transgenicos

O activista francês contra transgénicos e a “fast food”, José Bové, e 15 outros activistas iniciaram um Paris uma greve de fome para conseguir a activação em França da cláusula de salvaguarda que permite ao país proibir a cultura de milho OGM, autorizada na União Europeia.
“Vamos até ao fim, até que a cláusula de salvaguarda seja activada”, declarou Bové numa concentração perto da Torre Eiffel. O activista garantiu que deixou de se alimentar “anteontem à noite” e apenas bebe água.
“Espero que compreendam depressa e que não sejamos obrigados a manter esta greve de fome durante semanas”, acrescentou, lamentando o silêncio do Governo francês relativamente a uma moratória ao milho OGM 810, o único cultivado em França, com 22 mil hectares em 2007.
Além destes activistas em Paris, “outras pessoas estão empenhadas em realizar greves de fome durante períodos curtos na província”, precisou Bové.
Esta manhã, cem pessoas reuniram-se na base da Torre Eiffel e marcharam com faixas contra os OGM (organismos geneticamente modificados). Depois reuniram-se em frente ao Ministério da Ecologia, onde foi instalada uma caravana a simbolizar um “piquete de vigilância”, contou Bové.
Em Outubro, o ministro da Ecologia Jean-Louis Borloo disse na Assembleia Nacional que a França iria aplicar a “cláusula de salvaguarda” junto de Bruxelas. Esta cláusula permite a um país europeu proibir um OGM autorizado a nível comunitário, com a condição de justificar essa medida com um dossier científico.
No entanto, o Governo decidiu apenas congelar a venda de sementes OGM até Fevereiro. "Quer dizer, no Inverno, quando ninguém as compra", notou Bové.“O dossier está pronto. Não há mais nada para enviar para Bruxelas”, sublinhou Bové. No entanto, o Ministério da Ecologia explica que ainda é preciso um novo aviso científico para activar a cláusula. Esse aviso deve ser enviado a 11 de Janeiro.

Sem comentários: